Renan Contrera
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Presidenta Dilma Rousseff (C) entre autoridades na inauguração da UFEM |
Em cerimônia presidida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, a Marinha do Brasil inaugurou nesta sexta-feira, 1º de março, a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), cuja construção foi iniciada em 2010. A UFEM representa um marco de capital importância no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).
Estiveram presentes na solenidade o Ministro de Estado da Defesa, Embaixador Celso Amorim, Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, o Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, o Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, e o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, além de diversas autoridades civis e militares.
Ao chegar a Itaguaí, a Presidenta Dilma falou com operários do complexo e acompanhou uma apresentação, em meio ao canteiro de obras, sobre as instalações que serão construídas e em que estágio da construção se encontram. Na solenidade, a Presidenta descerrou a placa comemorativa de inauguração da UFEM, recebeu uma maquete da infraestrutura das mãos do Comandante da Marinha e assistiu ao descerramento da seção de qualificação do casco externo do submarino construída pela NUCLEP.
- Acredito que podemos afirmar, com orgulho, que o PROSUB é uma realidade. É importante a fase em que se projeta, se cria, se planeja uma obra e iniciativa como essa. Mas é um grande desafio para todos aqui presentes ter realizado e ter dado este passo importante com a UFEM – afirmou a Presidenta em seu discurso.
O Ministro Celso Amorim ressaltou que aquele era um momento em que o Brasil afirmava a importância da defesa dos recursos da Amazônia Azul.
- Para mim, é muito importante o país assegurar sua defesa; não pode depender dos outros. O que vemos aqui hoje é um passo para adquirir a tecnologia para no futuro poder fazer este submarino de uma forma totalmente independente. Ao mesmo tempo em que estamos trabalhando para a defesa do país, também trabalhamos pela indústria, pelos empregos criados, pela tecnologia e pela ciência – destacou o Ministro.
Já o Comandante da Marinha afirmou a importância estratégica do submarino de propulsão nuclear para o país, por ser uma arma com grande poder de dissuasão.
- A política externa do Brasil é uma política defensiva, que requer termos armamentos que façam com que outros países não tentem nos ameaçar. E o submarino é a arma por excelência, porque fica oculto, debaixo d’água, ninguém sabe onde está. E o submarino de propulsão nuclear é ainda mais forte neste critério, porque como tem muita velocidade, e não precisa vir à superfície para recarregar baterias, pode estar em qualquer lugar da Amazônia Azul - ressaltou.
A UFEM instalará as estruturas, equipamentos e componentes internos nas seções do casco externo dos submarinos fabricadas na NUCLEP. Em seguida, estas seções, já equipadas, serão deslocadas ao estaleiro, onde será executado o acabamento final e a união das seções, prontificando-se o submarino, que será, então, submetido às provas de cais e de mar. A construção da UFEM, do estaleiro e da base naval em Itaguaí está orçada em R$ 7,8 bilhões, com desembolsos até 2017.
O PROSUB prevê a fabricação de cinco submarinos, sendo quatro deles convencionais, isto é, dotados de propulsão diesel-elétrica, e um com propulsão nuclear. O primeiro dos quatro submarinos convencionais será entregue para operação em 2017, enquanto o primeiro com propulsão nuclear entrará em operação em 2025. A construção e operação de um submarino com propulsão nuclear são dominadas por poucos países. Atualmente, apenas China, Estados Unidos da América, França, Inglaterra e Rússia detêm esse domínio tecnológico. Com o PROSUB, o Brasil passará a integrar esse seleto grupo.