Renan Contrera
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Foto: Guilherme Poggio
A sombra das denúncias sobre o uso irregular de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e a necessidade de uma agenda positiva fizeram o Legislativo pensar duas vezes antes de fretar aeronaves para levar comitivas de parlamentares para receber o papa Francisco na abertura da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana. Na Câmara, o grupo de cerca de 30 deputados que acompanhará o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na recepção ao pontífice, no Rio de Janeiro, deverá viajar em aviões de carreira e custear as passagens com seus próprios recursos. A comitiva só se reunirá no Rio, para a cerimônia de chegada do papa.
Depois de utilizar uma aeronave da FAB para comparecer ao casamento da filha do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), em 15 de junho, em Trancoso (BA), o presidente do Senado, Renan Calhei-ros (PMDB-AL), revogou a autorização que ele próprio havia dado para o envio de uma comitiva de 10 senadores para a recepção ao papa. Como viajariam em missão oficial, os senadores teriam direito a passagens fora da cota de exercício parlamentar e diárias de R$ 581. No início do mês, o senador chegou a dizer que não ressarciria os cofres públicos pelo uso da aeronave oficial para ir a um compromisso particular, mas mudou de ideia. Hoje, defende a divulgação de informações sobre voos de autoridades em aviões da FAB. De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, não haverá uma comitiva oficial de parlamentares na solenidade de boas-vindas do papa nem mesmo com passagens custeadas pelos próprios congressistas.
A presidente Dilma Rousseff, contudo, vai ao Rio de Janeiro acompanhada por um grupo de ministros e assessores, além do vice Michel Temer. Por se tratar da visita de um chefe de Estado, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, deverá integrar a comitiva da presidente, bem como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. Até ontem, o Palácio do Planalto não havia fechado o séquito da presidente.
Fonte: Correio Braziliense, via Notimp e Forças de Defesa