Sensação
de queimação ao urinar, desconforto, forte odor e presença de sangue na urina
são alguns dos sintomas da doença
Jéssica
Amaral IEME Comunicação
A cistite, uma das inflamações mais comuns no mundo, acomete
milhões de pessoas todos os anos. E, no inverno, o número de casos dispara, uma
vez que as pessoas acabam ingerindo menos líquidos e, consequentemente,
urinando com menos frequência. Essa simples situação que passa despercebida pode
evoluir para uma inflamação, uma
infecção no sistema urinário e/ou
outras complicações.
Não há uma relação casual direta, mas certos comportamentos
aumentam o número de casos da doença. Geralmente, a doença é causada pela
bactéria Escherichia Coli, que
está presente no intestino e é muito importante para a digestão. Mas outros
micro-organismos também podem ocasionar a doença. “A história de que ficar com
os pés descalços no frio também é um agravante não passa de lenda. Essa relação
não tem comprovação cientifica”, alerta a médica
nefrologista da Fundação Pró-Renal, Luciana Cardon.
De acordo com a médica, quando a cistite é de causa infecciosa,
por bactérias ou fungos, temos uma infecção urinária. “Se
não houver o tratamento precoce da cistite bacteriana ou fúngica, está infecção
pode subir até os rins e causar o que chamamos de Pielonefrite, podendo
ocasionar redução no seu funcionamento agudamente ou deixar cicatrizes”,
afirma. Luciana também alerta que quanto mais infecções, maior probabilidade de
sequelas nos rins. Sintomas como febre, micção frequente e dores nas costas,
nas laterais ou na região genital são um alerta.
Dor e forte odor são alguns dos sintomas
Desejo de urinar com frequência, sensação de queimação ou ardência
ao urinar, presença de sangue na urina, turva ou com cheiro forte, dor ou
desconforto na região pélvica e febre baixa (inferior a 38 graus) são alguns
dos sintomas ocasionados pela infecção. “Vale dizer que algumas
cistites causam pouco ou nenhum sintoma. Tendo qualquer sintoma, o médico deve
ser procurado para não ocorrer complicações, como a Pielonefrite”,
ressalta a nefrologista da Fundação Pró-Renal.
O risco da cistite aumenta quando a pessoa ingere pouca água,
urina raramente, é sexualmente ativa (e não usa preservativo), usa diafragma
para controle de natalidade, está grávida (a condição muda o corpo da mulher),
possui sistema imunológico baixo (imunodeprimidos e diabéticos), sofre
obstruções ao fluxo de urina ou/e faz uso prolongado de cateteres no trato
urinário.
A cistite é mais comum em mulheres, por razões anatômicas, por serem sexualmente ativas ou após a
menopausa, por redução de estrogênio - que protege a uretra contra bactérias -
e traumatismos. Mas homens e crianças também estão propícios a desenvolver a
infecção. É importante, caso a pessoa tenha esses sintomas, ir até a unidade de
atendimento hospitalar mais próxima e procurar por atendimento médico.
Algumas dicas de como evitar a cistite
Ingerir boas quantidades de líquidos diariamente, urinar após as
relações sexuais, evitar reter a urina na bexiga por muito tempo e não utilizar
roupas íntimas muito apertadas e
que evitam a transpiração. No caso das mulheres, não usar absorventes internos
e trocar os externos com frequência, para reduzir a umidade local. Já os
homens, devem seguir as mesmas dicas e verificarem a saúde da próstata
anualmente.
Sobre a Pró-Renal
Criada em 1984 por iniciativa do médico Dr. Miguel Carlos
Riella, a Fundação Pró-Renal é uma entidade beneficente que assiste pacientes
renais crônicos e pacientes em tratamento conservador. Atualmente, atende cerca
de 15 mil pacientes por ano e desenvolve campanhas educativas nas empresas,
escolas e comunidade para a prevenção das doenças renais. Também presta
atendimento integral humanizado aos pacientes ambulatoriais, em
diálise e em pré-transplante, fornecendo o apoio necessário para o
aumento da sobrevida e melhora na qualidade de vida. www.pro-renal.org.br.